João Nunes sugere cortar apartes durante pronunciamentos na Palavra Livre



O presidente interino da Câmara de Vereadores, João Nunes (PSD) sugeriu na sessão da semana passada que os parlamentares só tenham direito de se manifestar durante a Palavra Livre, somente uma vez, sem ter o direito de réplica e tréplica. Nunes argumentou que pretende limitar o discurso dos vereadores porque entende que muitas discussões estão ocorrendo.

No entanto, o anúncio feito pelo presidente não agradou parte dos demais vereadores e alguns se manifestaram contra a iniciativa classificando a ação como um boicote. O primeiro a reclamar da medida foi o vereador Rogério Sadi, o Kinho (PSDB), que se manifestou contra a limitação. “Somos vereadores, temos que discutir. O que adianta vir aqui e não poder falar? Sou contra”, avisou Kinho.

A vereadora Jucélia Tureck (MDB) também se manifestou contra o anuncio feito por João Nunes. Inclusive, a vereadora não perdeu a oportunidade para “alfinetar” o presidente interino, lembrando que o na época em que Nunes era somente vereador, ele era o parlamentar que mais fazia uso da palavra. “Agora que vocês está ai como presidente quer mudar as regras. Cada colega vereador aqui tem sua opinião e é normal que alguns assuntos tenhamos que discutir”, disse.

A Palavra Livre é a parte final das sessões da Câmara, onde os vereadores podem falar sobre diversos temas. Durante as manifestações, algumas vezes ocorre que os vereadores acabam discutindo. Os cidadãos pienenses também têm o direito de se inscrever junto a secretaria da Câmara, para fazerem o uso da palavra, mas ocorre que os munícipes não podem abordar qualquer tema, sendo obrigados a falarem somente sobre os projetos que estão tramitando na Casa de Leis.

O artigo 130 do Regimento Interno da Câmara prevê que: “As Considerações Finais ou Palavra Livre destinar-se-ão a pronunciamento de Vereador, sobre assuntos de seu interesse, de interesse de sua bancada ou qualquer outro assunto de interesse do Município”. Porém, quanto aos munícipes, o parágrafo segundo deixa claro que: “Todo cidadão poderá usar da palavra durante a primeira discussão dos projetos de lei, para opinar sobre eles desde que se inscreva em lista especial na Secretaria da Câmara, antes de iniciada a sessão. Ao se inscrever o cidadão deverá fazer referência à matéria sobre a qual falará, não lhe sendo permitido abordar temas que não tenham sido expressamente mencionados na inscrição”.


Anúncio feito pelo presidente interino não agradou todos os parlamentares


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