Alunos com os vereadores de Piên durante a sessão da Câmara ocorrida na semana anterior. (FOTO: Alexandre Carvalho)
Um projeto bastante interessante em prol do meio ambiente vem sendo desenvolvido em Piên, por alunos do 5º ano da Escola Municipal Marciano de Carvalho. Na semana anterior, os estudantes estiveram na Câmara de Vereadores, a convite da vereadora Seandra Cordeiro de Oliveira, para apresentar o projeto, denominado “Consumo consciente, vem com a gente”. A iniciativa consiste na comercialização de sacolas retornável, produzidas e confeccionadas com a ajuda de empresários e comerciantes pienenses.
A professora Fernando Pieckocz, contou aos vereadores que os alunos desenvolveram um amplo debate dentro da sala de aula para discutir sobre os muitos problemas decorrentes da poluição. “Fizemos uma pesquisa com os alunos em nosso município para ver qual seria o maior problema ambiental e, na pesquisa, percebemos que tem muito lixo acumulado que são derivados de plástico. O plástico demora muito para se decompor e isso causa muitos problemas para o meio ambiente”, explicou.
Fernanda elencou aos vereadores que os educadores sempre buscam desenvolver nos alunos, um olhar mais crítico para os problemas globais. “Os professores envolvidos no projeto provocaram os estudantes a encontrar uma solução para o problema com o acumulo de derivados plásticos. Fizemos uma pesquisa em 7 comércios de Piên, no Centro, com cálculos e gráficos. O resultado que os alunos chegaram é que somente nesses comércios, são distribuídas mais de 135 mil sacolas plásticas por mês. Então, em um ano, são mais de um milhão de sacolas plásticas que são utilizadas em nossa cidade”, salientou.
Sacola retornável
A solução encontrada pelos alunos foi a confecção de sacolas retornável com o nome do programa. O projeto foi o maior sucesso no município, tanto é que todas as unidades produzidas pelo projeto já se esgotaram. Os alunos que desenvolveram o projeto apresentaram aos vereadores dados de suas pesquisas. “No Supermercado Assis, por exemplo, são distribuídas mensalmente 45 mil sacolas. No Supermercado Supersul são 30 mil. Na panificadora Mendes são 9 mil. Todos esses comércios juntos distribuem juntas em um período de um ano, aproximadamente 1.587.667 sacolas plásticas por mês”, explanou um dos estudantes.
Os professores envolvidos no projeto salientaram que objetivo do projeto é conscientizar a população pienense a utilizarem menos sacolas plásticas, para assim, diminuir os danos causados por esses materiais ao meio ambiente. “Isso até é um habito antigo que estamos resgatando de nossos antepassados. Então, dessa forma surgiu a ideia e com o apoio da escola, do comércio local e da comunidade, estamos propondo hábitos mais saudáveis para o meio ambiente”, elencou Fernanda.
A professora Fernanda ainda elencou que pretende desenvolver o projeto no próximo ano, tendo em vista o sucesso da iniciativa. “A gente estava vendendo as sacolas retornável por R$ 10,00, vimos a necessidade de seguir com o projeto e mandamos fazer mais 100 sacolas. A gente está aguardando para dar continuidade no projeto, isso vai ajudar a nossa escola a conscientizar nossas crianças e vamos ajudar o meio ambiente”, elencou.
Motivos para não usar sacolas plásticas
Os alunos que participam do projeto ainda fizeram questão de expor vários motivos para a comunidade pienense, diminuir o uso de sacolas plásticas. “As sacolas plásticas não são recicláveis. O plástico de sua composição já passou por diversos processos de reciclagem, por isso, elas precisam ir para os aterros sanitários. Além disso, por serem sacolas leves, elas voam com o vento e vão parar em rios e pastagens, causando poluição e podendo levar intoxicação aos animais. É importante lembrar que as sacolas plásticas também podem acumular água parada e contribuir desta forma para a proliferação do mosquito transmissor da dengue”, alertou outro estudante.
Outras informações
Alguns municípios brasileiros estão proibindo a utilização de sacolas plásticas em prol das causas ambientais. É exemplo de Marília, em São Paulo, que em outubro teve uma lei municipal neste sentido, declarada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) constitucional, o que exigiu dentro de um prazo de 12 meses, que as empresas e toda comunidade daquela cidade se adaptem a nova lei. Outras cidades, como São Bento do Sul, também já aprovaram leis proibindo a distribuição de canudos plásticos no comércio, porém, algumas medidas como esta, ainda patinam e não surtem muitos resultados por conta da falta de fiscalização.