Atletas pienenses do jiu-jítsu conquistaram 34 medalhas no Paranaense de Jiu-jítsu

 

Atletas pienenses trouxeram 34 medalhas para Piên (FOTO: Divulgação)

Alunos do projeto "Não tenha medo de Recomeçar", da equipe Renan Rochar de Jiu-jítsu, de Piên, se destacaram no Campeonato Paranaense da modalidade, ocorrida no último sábado, em Curitiba. Os atetas pienenses conquistaram nada mais, nada menos, que 34 medalhas. Além das medalhas, Piên emplacou outro marco na categoria, inscrevendo a primeira atleta transexual no mundo do jiu-jítsu, a Gabi dos Passos.

Os atletas pienenses conquistaram 8 medalhas de outro, 16 de prata e 10 de bronze, se destacando na competição. Os resultados colocaram a equipe Renan Rocha (Piên) de jiu-jítsu, na 5ª posição na competição por equipes. Donisclei Teles dos Santos, ou simplesmente Donis, que iniciou as aulas gratuitas de jiu-jítsu em Piên no ano de 2019 está para lá de feliz com os resultados de seus atletas. “Poder comandar essa galera foi uma benção que Deus deu em minha vida, graças aos ensinamentos que meu mestre Renan passou para mim e que eu estou podendo passar para meus alunos”, disse.

O projeto que atende hoje cerca de 70 pessoas em Piên, sendo que a grande maioria são crianças de todas as idades, vem rendendo bons frutos. Donis, fez questão de elencar que Piên agora passa a ser conhecida pela alta qualidade de seus atletas no jiu-jítsu. “O jiu-jítsu não é só luta. Ele ajudar a ensinar disciplina, respeito, auto-confiança, coragem, ensina para as crianças que existem limites que devem ser respeitados. Isso que eles levam para casa e aplicam com seus pais. Já os adultos levam os ensinamentos para o trabalho. Com o jiu-jítsu estamos mudando a vida de muitas pessoas, não se trata apenas de defesa pessoal e sim mudar de vida para ser uma pessoa melhor”, concluiu.

 

Primeira atleta transexual do jiu-jítsu

Gabi é a primeira menina trans do jiu-jítsu


A equipe Renan Rocha Piên de Jiu-jítsu também emplacou outro importante marco. Ocorre que a equipe  lançou a primeira atleta transexual do jiu-jítsu. É isso mesmo. Trata-se de Gabrieli dos Passos, conhecida como Gabi. Ela participou do campeonato, infelizmente não conquistou nenhuma medalha. “A minha conquista foi a inclusão do público LGBT no jiu-jítsu”, comemorou.

Gabi contou que começou a frequentar as aulas de jiu-jítsu, do professor Donis, incentivada por seu marido, que também é aluno do projeto. “Eu jamais esperava que algum dia fosse lutar. O único esporte que praticava era vôlei e hoje faço academia. Depois que meu esposo conheceu o projeto ele e o professor Donis começaram a me chamar. Assisti algumas competições e, um certo dia, resolvi ir até a academia. A partir do momento que conheci o professor Donis, fiquei muita emocionada pelo que vi e começou a despertar o interesse pelo jiu-jítsu”, contou.

Apesar do interesse, Gabrieli tinha medo por conta do preconceito. “A gente que está nesse mundo sofremos muito preconceito. Inclusive, fui uma pessoa que já sofri duas agressões físicas, uma das vezes se não fossem minhas amigas me ajudarem, talvez eu nem estaria mais aqui. Mas, nas aulas de jiu-jítsu aqui do professor Donis, me sinto em casa, os piá me respeitam e me receberam com muito carinho, tanto é que hoje posso dizer que eles são uma família que eu ganhei em minha vida”, comentou.

Gabi contou que junto do professor Donis, realizaram uma ampla pesquisa para tentar achar outra atleta mulher transexual, para combinar uma luta casada. “Mas não encontramos”, contou. Por fim, a atleta falou um pouco mais sobre seu sentimento. “Me sinto uma pessoa cada vez mais forte, perdi o medo e hoje ando de cabeça erguida. Vou continuar lutando e, tenho certeza, que um dia ainda vou conquistar uma medalha. O projeto do professor Donis está mudando muitas vidas e eu sou uma prova disso”, concluiu.

Para o professor Donis, a presença da atleta Gabi em sua equipe, é outra benção. “Ela é uma benção para nosso tatame, porque mostra que em nosso tatame não existe preconceito. Muitas meninas trans e homossexuais têm medo e vergonha de irem para o tatame, mas, é importante dizer que em um tatame, a primeira coisa que se preza é o respeito. Ela é uma aluna dedicada, uma pessoa maravilhosa que Deus trouxe para nosso tatame, a primeira menina transexual do jiu-jítsu mundial, porque até hoje não tem outra”, comemorou.

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