Reportagem do Piên em Notícia vem levantando estimativa de produção de Tabaco em Piên - FOTO: Alexandre Carvalho - Piên em Notícias
A Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), divulgou
nos últimos dias a estimativa de safra de tabaco 2023/2024, que de acordo com a
entidade, foi de 508.041 toneladas. Os números são obtidos pela Associação dos
Fumicultores do Brasil (Afubra) por meio de pesquisas realizadas durante a
safra junto aos produtores de tabaco. A variedade Virgínia chegou a 461.866
toneladas; o Burley, 37.915; e o Galpão Comum, 8.260 toneladas. A estimativa
divulgada pela Afubra, em novembro de 2023, apontava para 522.857 toneladas.
O presidente da Afubra, Marcilio Laurindo Drescher, explica
que o cálculo é realizado usando o número de pés inscritos no Sistema
Mutualista, por variedade de tabaco, somando-se o número de pés dos produtores
que não estão inscritos no Sistema, mais um percentual de produtores que
plantaram a mais ou a menos que o inscrito. “Conseguimos ter certeza da área
plantada; produtividade e produção dependem de clima e tratos culturais.
Inclusive, a produtividade sofreu influência direta do El Niño, que provocou um
clima mais úmido e quente. No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, ocorreram
chuvas acima da média que causaram aumento de umidade do solo e doenças
fúngicas nas lavouras. As chuvas excessivas dificultaram o desenvolvimento, a
colheita e a secagem do tabaco. O Paraná também teve aumento de chuvas, porém,
em menor intensidade. Os paranaenses sofreram com a elevação das temperaturas
que aceleraram o ciclo de desenvolvimento do tabaco, o que afetou o seu
crescimento”, pontuou Drescher.
Conforme a Afubra o Rio Grande do Sul teve uma quebra de
14,4%, fechando a produção em 219.992 toneladas (198.272 de Virgínia, 20.987 de
Burley e 733 toneladas de Comum). O estado participou com 43,3% na produção
sul-brasileira, com uma área de 125.996 hectares (7,1% a mais), produzidas por
68.582 famílias produtoras (+5,9%). Com os problemas climáticos, a
produtividade ficou, no geral, 20,1% menor que na safra passada: 1.786 kg/ha no
Virgínia (-19,3%), 1.464 kg/ha no Burley (-25,5%) e 1.174 kg/ha no Comum
(-23,8%). Já o preço por quilo teve um acréscimo: R$ 24,31 para o Virgínia
(34,7%), R$ 20,43 no Burley (14,7%) e R$ 19,51 para o Comum (14,2%).
Em Santa Catarina, segundo dados da Afubra, as famílias
produtoras produziram 150.315 toneladas de tabaco (-21,8%): 138.519 no Virgínia
(-21,5%), 10.753 no Burley (-25,6%) e 1.043 toneladas no Comum (-18%). Com uma
área de 84.280 hectares (+8,8%) a representação do Estado chega à 29,6% da
produção sul-brasileira. A produtividade também foi castigada pelo clima –
1.784 kg/ha (-28,1%), em média, nas três variedades: 1.822 kg/ha no Virgínia
(-27,5%), 1.453 no Burley (-33,9%) e 1.232 kg/ha no Comum (-38,2%). O preço
teve um incremento de 24,6%, em média, no geral, finalizando em R$ 23,00:
Virgínia R$ 23,22 (+25,4%), Burley R$ 20,33 (+14,6%) e Comum R$ 20,29 (+24,4%).
No Paraná, conforme estimativa da Afubra, os fumicultores
paranaenses produziram 73.908 hectares (+11%), as 24.580 famílias produtoras
(+7,8%) produziram 137.734 toneladas de tabaco (-12%): 125.075 de Virgínia
(-12,8%), 6.175 de Burley (-16,5%) e 6.484 de Comum (+12,4%). Os paranaenses
produziram 27,1% da produção sul-brasileira. Na produtividade, também houve
quebra em todas as variedades: 1.876 kg/ha no Virgínia (-21,3%), 1.539 no
Burley (-23,6%) e 2.008 kg/ha no Comum (-4,3%). O preço médio por quilo seguiu
a linha dos dois outros estados: R$ 22,59 no Virgínia (+25,3%), R$ 20,76 no
Burley (+17,8%) e R$ 16,89 no Comum (+14,7%).
Segundo Drescher, mesmo com o acréscimo de área plantada, a
quebra de safra foi de 22,7%, na produtividade, numa média sul-brasileira, o
que fez com que o preço pago ao produtor fosse maior. “No início da safra,
quando verificamos o aumento do número de famílias produtoras e,
principalmente, de área, nos preocupamos por causa da possibilidade de aumento na
oferta de tabaco e, consequentemente, numa baixa remuneração ao fumicultor. Com
a interferência do clima, a produtividade ficou prejudicada e, com isso, a
produção também”. A receita bruta do produtor finalizou em R$ 11.783.348.282,81
(+7,3%). “Neste total, os gaúchos participam com R$ 5.263.868.368,74 (+13,6%),
Santa Catarina obteve uma receita bruta de R$ 3.456.752.807,10 (-2,5%) e, no
Paraná, a receita bruta chegou a R$ 3.062.727.105,97 (+9,4%). O presidente da
Afubra ainda destaca “a fundamental importância de o fumicultor brasileiro
manter a oferta adequada à demanda e esmerar-se, sempre, na qualidade do
tabaco”.
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