Câmara de Agudos do Sul teve mais uma sessão tensa - FOTO: Reprodução sessão da Câmara (Youtube) |
A Câmara de Vereadores de Agudos do Sul teve mais uma sessão tensa esta semana. Isso porque na sessão anterior, na semana passada, cinco vereadores simplesmente se levantaram e saíram da reunião legislativa em protesto a não votação de um projeto de lei, de autoria da prefeitura, que prevê a suplementação do orçamento vigente em quase R$ 14 milhões. O montante em questão será utilizado pela municipalidade para realização de diversas obras.
O presidente da Câmara, Nei Rocha (MDB), não escondeu a sua frustração com os parlamentares que abandonaram a sessão anterior, elencando que havia pensado que os vereadores iriam prezar pelo diálogo. Ele considerou o ato como uma “falta de respeito” para com os cidadãos agudosulense. Em seguida o vereador Monsa (Solidariedade) explicou que protocolou um pedido de informação questionando pontos do projeto referentes ao encaminhamento de emendas parlamentares.
O vereador Monsa também não se mostrou nem um pouco feliz com os tristes episódios que vem ocorrendo no Poder Legislativo de Agudos do Sul. “Costumava falar que ia ser um ano de turbulência, projeto é pra ser discutido, tem que ter argumentos”, disse o vereador que ainda mencionou que vários comentários no município, que vem sendo feitos por candidatos a vereadores opositores, apontam para que os vereadores que compõe a Mesa Diretora da Câmara, são contra as obras de asfaltos e demais investimentos previsto no pacote de quase R$ 14 milhões. O que conforme Monsa é uma mentira. “É uma vergonha o que alguns candidatos estão falando nas casas por ai, isso é uma política suja”, disse.
Justificativa
O presidente da Câmara concedeu a palavra aos vereadores que se ausentaram da sessão na semana passada para que os mesmos se justificarem. Nide Ferreira reclamou que o projeto em questão foi “segurado” pela Mesa Diretora da Câmara para que o mesmo não fosse a votação. “Mas não temos que vir aqui só para aprovar indicações dos vereadores. Não tenho nada contra nenhum dos senhores e isso de sair da mesa acontece em vários lugares, não foi a primeira vez e nem será a última”, elencou.
O vereador Elizeu Machado (MDB), também considerou que o projeto não foi colocado em votação por má fé, fato que foi contrariado pelo presidente Nei Rocha e os vereadores que compõe a Mesa Diretora. Mesmo assim, Elizeu ainda ameaçou em deixar o plenário da Câmara novamente, caso o projeto não fosse a votação. “Se não ponhar projeto em votação vão ficar discursando aqui sozinhos de volta”, afirmou.
O presidente da Câmara teve que explicar novamente os motivos que o levaram a segurar a votação do projeto, elencando houve dúvidas dos vereadores que foram sanadas diretamente com o prefeito interino, Genézio Ferreira. “O prefeito prontamente nos atendeu e sanou nossas dúvidas. O projeto será colocado em votação nas próximas semanas”, disse o presidente. Importante lembrar que na semana passada a advogada da Câmara já havia mencionado que o projeto ainda está no prazo regimental, devido ao recesso de meio ano, onde os prazos de tramitações dos projetos, acabam suspensos.
Vão receber normalmente os salários?
A indagação mais enfática foi a do vereador Matias do Guincho (MDB). Ele lamentou o ocorrido na sessão anterior, inclusive, pediu para mostrar na transmissão a cena dos vereadores deixando o plenário da Câmara. “Acabaram nos deixando falando sozinhos aqui e por falta de quorum infelizmente tivemos que acabar a sessão. Só quero dizer para toda população que o que for bom para Agudos do Sul, jamais seremos contra. Respeito todos os companheiros aqui mas, quero dizer que fiquei bem chateado com essa situação, em ver vereadores, que representam o nosso povo, abandonando a sessão”, disse.
Matias elencou que nos últimos dias, não se falou em outra coisa em Agudos do Sul. “A gente vai no supermercado, vai no posto de gasolina, e todo mundo perguntando. Agora quero perguntar para o presidente Nei, se o senhor irá pagar o dia desse pessoal ai que nos deixaram falando sozinhos aqui na sessão anterior e foram pra casa dormir? É isso que o povo fica me perguntando por ai”, justificou sua indagação.
Clima tenso
Por fim, após muitas replicas e treplicas, o vereador Monsa elencou que “ainda bem” o presidente da Câmara de Vereadores cortou a parte da palavra livre nas sessões da Câmara de Agudos do Sul, enquanto prevalecer o período eleitoral. Na palavra livre os vereadores podem abordar temas diversos. Porém, como o clima no Legislativo agudosulense não anda nada amigável, o presidente optou em cortar essa parte das sessões, afim de se evitar maiores confusões. “Ia virar um inferno”, disse Monza, considerando se ainda houvesse a palavra livre.