Imagem: Arquivo/Agência Brasil |
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), vem estudando a possibilidade de retornar com o Horário de Verão, ocasião em que os relógios eram adiantados, anualmente, em uma hora, visando melhor aproveitamento da luz natural para reduzir o consumo de energia elétrica. A medida entra em discussão em um momento em que secas de níveis recordes assolam o país.
O Horário de Verão deixou de ser utilizado em 2019, durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL), com a justificativa de que a economia de energia elétrica não era significativa, fazendo a mudança no horário perder o sentido.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, argumentou em defesa do retorno do Horário de Verão, dizendo que a medida garantirá a segurança energética sem que o valor das contas de luz aumente além do preço justo. A fala veio após uma reunião do ONS, onde foi aprovado um indicativo de que é prudente a adoção da mudança do horário.
O encontro foi realizado na sede do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), no Rio de Janeiro, o órgão é responsável por coordenar as operações de geração e transmissão de energia elétrica do Sistema Interligado Nacional (SIN). Durante a reunião, foram citados dados relevantes sobre a crise hídrica que o Brasil vem sofrendo, sendo exposto que o país possui os menores índices pluviométricos dos últimos 74 anos.
Devido a este problema de seca enfrentado em todo território nacional, a capacidade de geração de energia das hidrelétricas está comprometida, visto que em caso de aumento de demanda de energia elétrica, um maior volume de água será necessário e se não houver volume de água suficiente, as termoelétricas serão acionadas, gerando aumento no custo de produção e aumento da poluição do ar.
Segundo o ministro Alexandre Silveira, não há risco energético para 2024, devido ao planejamento adotado. Silveira ainda mencionou que apesar de não haver risco neste momento, é importante pensar no futuro.
Com a recomendação feita pelo ONS, várias pesquisas relacionadas ao tema estão sendo realizadas, a fim de identificar outros benefícios além da sustentabilidade contida nesta adaptação do horário.
Contudo, a aprovação desta medida ainda deverá ser discutida entre ministros e o presidente Lula, que deverá tomar a decisão final. A atual presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, demonstrou preocupação com o impacto que a mudança no horário poderá causar na logística das eleições municipais desse ano, assim solicitando, que caso a decisão seja favorável para a volta do Horário de Verão, que o mesmo se inicie apenas após o pleito.