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No último fim de semana seguidores do Piên em Notícias nos enviaram fotos da cachoeira sem vazão e fato chocou grande parte da população - FOTO: Reprodução Piên em Notícias |
O proprietário do Moinho Boa Vista, o empresário Marcos Radins, entrou em contato com o Piên em Notícias na noite desta segunda-feira, para esclarecer os fatos relacionados ao desvio de água da cachoeira na comunidade. No último sábado seguidores mandaram foto da cachoeira sem vazão alguma e o fato chocou grande parte da população. Conforme explicou Marcos a nossa reportagem todo processo foi feito de acordo com licenças ambientais. Na sequência vamos publicar na integra, o texto encaminhado pelo empresário:
Sou proprietário do Moinho Boa Vista, permitam-me um pouco do seu tempo, pretendo falar um instante sobre três tópicos: O primeiro está relacionado com o projeto da usina para geração de energia ( MCH – mini central hidroelétrica ) que consolidamos na propriedade do Moinho Boa Vista. Vou interpretar que algumas questões que foram levantadas nas redes no último período, se tratam de dúvidas ou desinformação dos autores, mas que então me servem para esclarecer ou informar por aqui.
Presumo que a origem da questão esteja relacionada com a diminuição da água na cachoeira. O projeto da MCH em linhas resumidas, utiliza a água do rio para gerar a força motriz para o conjunto das máquinas, e em seguida a água é devolvida ao curso original. Nesse processo me parece óbvio que não existirá o mesmo fluxo de água na cachoeira. Fizemos um trabalho que alcança agora quatro anos desde seu início e uma das etapas, demorada e burocrática, foi a licença ambiental.
Para emissão da licença ambiental, existe um órgão Federal que avalia e decide sobre o uso desse recurso. Então, em conformidade com a regulamentação e com os elementos do projeto esse órgão emite a outorga. Lhes tranquilizo que recebemos essa autorização e informo ainda que esse documento é público, então sintam-se à vontade para consultá-lo pela internet, é tão fácil quanto acessar a sua rede social.
Se ainda assim alguém tiver dúvida, me disponho a esclarecer em uma conversa direta, por favor me procurem. Lamento se não posso lhes proporcionar a melhor selfie junto à cachoeira, mas tenho a consciência tranquila por estar gerando energia renovável. Quanto ao segundo tópico, gostaria de tratar sobre o legado do Moinho Boa Vista. Presumo que os moradores de Piên de algumas décadas passadas devam em algum momento ter se utilizado dos serviços do moinho. O tempo passa e atualmente o conjunto de máquinas e equipamentos que existe no moinho não é mais competitivo para a produção da farinha de trigo.
A barragem, o canal de captação e a estrutura inicial do moinho são datados em 1947. Houve uma expansão em 1983, e esta é a versão que vemos até hoje. Faço questão de mostrar a todos a beleza, a engenhosidade e tamanha habilidade que consolidou essa obra. Temos com certeza muito o que aprender com quem nos antecedeu. Pretendemos manter toda a estrutura do moinho preservada, e no momento oportuno, abri-lo para visitação, aguardem.
Quanto ao terceiro tópico, gostaria de falar um pouco sobre o rio Piên. Agora que utilizamos a água na MCH, em uma das etapas temos uma grade para impedir que materiais sólidos entrem na turbina. Confesso que fiquei espantado com a quantidade de resíduos que acompanham o rio e ficam retidos na grade. São materiais diversos agora em forma de lixo, que estão lançados na água. Em tempos que questões ambientais vem à tona facilmente, sugiro uma reflexão...podemos identificar de onde vem esse lixo? De onde vem os dejetos? De onde vem os produtos químicos que formam uma espuma branca sobre a água? Por que peixes surgem mortos no rio?
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Foto da cachoeira do Boa Vista tirada no início do ano de 2024 |