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| Atual gestão da prefeitura já contraiu cerca de R$ 20 milhões em empréstimos e tem autorização da Câmara para contratar mais R$ 24 milhões. |
Neste mês de janeiro de 2025, o prefeito de Piên conseguiu aprovação legislativa para aderir a novas linhas de créditos no valor de até R$ 24 milhões. Trata-se do quarto pedido de empréstimo do prefeito, isso porque outros três pedidos requisitando R$ 20 milhões em empréstimo já foram deliberados e aprovados na Câmara de Vereadores nos últimos anos.
No penúltimo pedido de empréstimo, em janeiro de 2023, o prefeito conseguiu autorização legislativa para emprestar mais de R$ 7 milhões. Caso o prefeito utilize todo limite de R$ 24 milhões do novo pedido de empréstimo, serão mais de R$ 44 milhões pego em menos de cinco anos de gestão. O montante e infinitamente maior que os valores adquiridos pelos últimos prefeitos de Piên.
João Padeiro, em seu mandato tampão – de apenas 2 anos (2019-2020) – adquiriu pouco mais de R$ 1 milhão em empréstimos, quantia similar ao adquirida pelo ex-prefeito Livino Tureck, que faleceu em novembro de 2018. Antes disso, o até então prefeito Gilberto Dranka adquiriu pouco mais de R$ 7 milhões em empréstimos em sua última gestão.
Considerando o novo pedido de empréstimo do atual prefeito de Piên, pode se afirmar que ele adquiriu em seus cinco anos de mandato mais financiamentos que os últimos 4 prefeitos de Piên. Período que remonta há 20 anos. Segundo informações viabilizadas com fontes extraoficiais, atualmente, dos contratos de empréstimos vigentes, a prefeitura já está pagando R$ 165 mil em juros e outros R$ 230 mil em amortização de dívidas, o que representa um custo mensal de quase R$ 400 mil.
Falta de transparência
Além de ser um tema complexo que divide opiniões, outro fator que vem de certa forma inflamando ainda mais as discussões com relação ao assunto, é a falta de transparência com relação aos prazos e os custos das operações de crédito. Os valores são uma incógnita e não constam tão pouco nos projetos de leis que foram encaminhados para Câmara de Vereadores. Nas últimas sessões extraordinária da Câmara, nas semanas anteriores, a vereadora Seandra Cordeiro de Oliveira (União) juntamente com Gabriel Busch (MDB), inclusive evidenciaram a falta de informações e as justificativas subliminares dos projetos.
Preocupação
Muitas autoridades políticas em Piên estão demonstrando preocupação no sentido dos empréstimos adquiridos pelo atual prefeito deixar muitas dívidas para as gestões futuras. Pois considerando que atualmente a prefeitura já paga mensalmente, quase R$ 400 mil em juros e amortização de empréstimo, presumi-se que esse valor continuará aumentando nos próximos anos em grande escala. Além do mais outro fator apontado por lideranças políticas que conversaram com a reportagem do Piên em Notícias é o cenário econômico brasileiro nada favorável na atualidade, com taxas de juros e inflação cada vez mais elevada.
Bateu na trave
Importante lembrar que em 2019, em seu primeiro ano de mandato tampão, o até então prefeito João Padeiro (PL), na época no PSDB, encaminhou para Câmara de Vereadores um projeto solicitando autorização legislativa para adquirir a pouco mais de R$ 7 milhões em empréstimos. A intenção naquela época, era utilizar parte dos recursos para pavimentar a estrada principal do bairro Campina dos Maias, além de outras obras de pavimentação. Apesar disso, o projeto acabou sendo reprovado pelos vereadores de forma unânime.
Naquela época, os vereadores que reprovaram o pedido de financiamento de João alegaram que ele poderia endividar e comprometer o orçamento municipal nos próximos anos. Meses depois, o prefeito João Padeiro encaminhou novo projeto para Câmara de Vereadores, diminuindo o valor do empréstimo para pouco mais de R$ 4 milhões. Mesmo assim, o pedido foi mais uma vez reprovado pelos vereadores e João não conseguiu aderir a linhas de crédito para realizar suas obras de pavimentação.
Ao contrário daquela época, atualmente, o atual prefeito não vêm encontrando nenhuma dificuldade em aprovar projetos de novos financiamentos além de outros projetos mais tenebrosos como a criação de 23 novos cargos comissionados na administração pública pienense na Câmara de Vereadores. Pois seis dos nove vereadores são de sua base aliada. Há quem diga que certamente o valor adquirido pela atual gestão ultrapasse os R$ 50 milhões em empréstimos, uma vez que o município está dentro de sua capacidade de endividamento e ainda restam mais quatro anos para os atuais governantes de Piên.
Nem todos aprovam
Outra questão importante é que nem toda população concorda com o valor exorbitante que vem sendo pego em empréstimos pelo atual prefeito. Neste novo pacote de obras, por exemplo, dos R$ 24 milhões em empréstimos, nenhuma obra contempla setores básicos da administração pública como, por exemplo, saúde e educação. E por falar em saúde, esse tem sido um dos piores calos da gestão pública pienense. Além de falta de médicos, o que tem resultado no fechamento de vários postos de saúde em Piên, o município ainda vem enfrentando diversos problemas no atendimento ao público no hospital de Piên, que foi doado a Santa Casa da Misericórdia com promessas que até os dias atuais não se cumpriram. Além disso, milhares de pessoas em Piên aguardam na fila de espera para a realização de procedimentos básicos de saúde.
Outro ponto que vem chamando a atenção neste novo empréstimo é o alto custo que se pretende gastar em geração de energia solar – cerca de R$ 5 milhões – recursos, que na visão de muitos munícipes, poderia ser investido na saúde e na valorização dos professores de Piên que estão com seus salários defasados. “Financiar R$ 5 milhões, pagar juros, para um gasto que não chega a R$ 50 mil no mês! No mínimo não sabem fazer conta ou não fizeram essa conta. R$ 5 milhões aplicados hoje rendem mais de R$ 50 mil ao mês. Só os juros que vão pagar disso passa do valor mensal dos gastos com energia”, elencou uma das fontes que falou com nossa reportagem.