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Protesto de agricultores em Francisco Beltrão chamou atenção FOTO: Câmara de Vereadores - Francisco Beltrão |
A exemplo de Piên e a região circunvizinha, que vem sofrendo muito com as interrupções no fornecimento de energia elétrica, produtores de todo estado vem amargando prejuízos incalculáveis devido a falta de energia. Em meio ao caos no Agro por conta da falta de luz, produtores começam a se mobilizar contra a Copel.
Na semana passada vários produtores se aglomeraram em frente a agência da Copel em Francisco Beltrão. Agricultores despejaram em frente a agência grande quantidade de leite estragado por conta da falta de luz. O ato chamou atenção das autoridades e ganhou ampla repercussão na mídia em todo Paraná.
Moradores da comunidade Rio Saudade e comunidades próximas a Francisco Beltrão encaminharam para a Copel uma carta solicitando que sejam tomadas medidas imediatas quanto "À grave precarização dos serviços prestados pela Copel desde sua privatização. Antes da privatização, a Copel era reconhecida como uma das melhores distribuidoras de energia do Brasil, segundo rankings da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Hoje, os dados apontam uma queda drástica na qualidade do serviço, o que sentimos na pele todos os dias", pontuaram os moradores que assinaram a carta.
A Câmara de Francisco Beltrão se solidarizou com os produtores que contabilizam perdas em virtude das quedas no fornecimento de energia. Alguns vereadores acompanharam a ato e cobraram respostas da Copel. “Em todo o interior do município os agricultores estão sofrendo com a falta de energia e isso impacta diretamente a produção e a qualidade de vida no campo. Estamos aqui para cobrar uma resposta da Copel para que esse problema seja resolvido”, destacou o presidente da Câmara, Cidão Barbiero.
Cada vez pior
Não é de hoje que as constantes quedas no fornecimento de energia elétrica vêm causando grandes prejuízos ao sistema produtivo do Estado. Apesar disso, após a privatização da Copel, concluída em agosto de 2023, sendo uma das maiores operações do mercado de capitais brasileiro naquele ano, movimentando R$ 5,2 bilhões, é visto e notório que a privatização enfraqueceu a companhia.
A privatização abriu as portas para um modelo de gestão que serve apenas aos interesses privados colocando em risco o acesso da população à energia elétrica como um bem essencial.
Nos últimos dias notícias das perdas causadas pela falta de agilidade da Copel chocaram a população de todo Paraná, em Cascavel, no Oeste do Paraná, por exemplo, uma propriedade rural localizada no distrito de Sede Alvoradaregistrou a morte de mais de 55 mil tilápias. O problema se deu devida a falta de oxigenação para os peixes após um temporal. A propriedade em questão ficou por mais de 24 horas sem energia elétrica.
Fatos deste tipo vêm sendo cada vez mais frequente no Paraná, após a privatização da Copel. Produtores de tabaco de Piên e região, vêm contabilizando grandes prejuízos ano após ano, devido a demora no reestabelecimento no fornecimento de energia. A reportagem do Piên em Notícias já mostrou vários casos onde fumicultores chegaram a perder estufadas inteiras de tabaco por conta da falta de energia elétrica por mais de 24 horas seguidas.
Em 2024 o Sistema Faep/Senar-PR solicitou providências imediatas a Copel, ao governo do Paraná e a Assembleia Legislativa do Estado, baseado em um relado de mais de 50 sindicatos rurais que informaram perdas na agricultura paranaense em virtude das constantes quedas no fornecimento de energia elétrica. O Sistema Faep/Senar-PR compilou os apontamentos enviados pelos sindicatos rurais, resumindo os problemas no fornecimento de energia e traçando um cenário da situação vivida por produtores.
Apesar dos esforços para tentar resolver o problema, uma solução eficaz parece estar cada vez mais distante e a cada ano que vai se passando novas notícias de perdas astronômicas na cadeia produtores paranaense surgem na mídia revelando o descaso da Copel para com a população paranaense.