Fraude no INSS descontou indevidamente mais de R$ 6,3 bilhões de aposentados no Brasil

Entre os itens de luxo preso com os suspeitos do esquema foram aprendidos até uma Ferrari avaliada em mais de R$ 3 milhões - FOTO: Polícia Federal 

Nesta semana, na última quarta-feira (23), veio à tona no Brasil e no mundo, mais uma notícia de cair os braços. Isso porque servidores públicos do Instituto Nacional da Segurança Social (INSS) que desfilavam com carros de luxos além de diversos artigos como relógios, joias e até obras de arte, estavam roubando dinheiro dos aposentados e pensionistas do instituto, por meio de descontos indevidos de suas folhas de pagamentos. Os valores roubados ultrapassam a ordem dos R$ 6,3 bilhões.

A notícia de mais um esquema fraudulento que roubou bilhões de reais dos contribuintes brasileiros chocou mais uma vez o mundo. Inclusive muitos aposentados agora querem saber se tiveram descontos indevidos de suas folhas de pagamentos e, neste contexto, a de se imaginar que o rombo na previdência social fique ainda maior. Conforme informações divulgadas pela Polícia Federal, os descontos ocorreram entre os anos de 2019 a 2024.

O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto foi exonerado do cargo nesta quarta-feira (23)
FOTO: Divulgação 


Nesta quarta-feira (23), o ministro da Controladoria Geral da União, Vinicius Marques de Carvalho, afirmou que a operação teve início a partir do aumento das reclamações de aposentados, relacionadas a descontos indevidos. “Várias dessas pessoas, a grande maioria delas, não tinham autorizados esses descontos. Esses descontos eram, em sua grande maioria fraudados em função de falsificação de assinaturas, em função de uma série de artifícios utilizados para simular essa manifestação de vontade que não era uma manifestação de vontade real dessas pessoas”, explicou.

Vinicius explicou que qualquer desconto precisa ter autorização prévia do beneficiário para acontecer, e que além disso, é preciso que a entidade formalize um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com o INSS, que permitem a realização dos descontos de mensalidades direto da folha de pagamentos. “Infelizmente, o INSS não dava conta, ou não deu conta de fazer as fiscalizações necessárias dessas autorizações, em função do aumento do número dos descontos, isso foi gerando uma bola de neve que gerou essa situação que a gente está encarando aqui hoje”, completou alegando que entrevistou 1.300 aposentados dos quais 97% afirmaram nunca ter autorizado descontos em seus benefícios.

Além de carros de luxo também foram aprendidos dinheiro em espécie e até obras de arte
FOTO: Polícia Federal 


A operação ocorreu em 13 estados e no Distrito Federal, com 211 buscas e apreensões em 34 municípios. Foram apreendidos na ação autorizada pela Justiça Federal carros de luxo, joias, obras de arte e dinheiro vivo. Também foram determinadas as prisões provisórias de seis pessoas. O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto foi exonerado do cargo nesta quarta-feira (23). Ao menos 11 entidades associativas são suspeitas de realizar esses descontos indevidos a partir de recursos de aposentados e pensionistas ao longo de anos.


Como saber se tive descontos indevidos?

O primeiro passo para o segurado que teve valores descontados sem autorização é consultar se foi realizado algum tipo de desconto indevido verificando o extrato de pagamento do benefício no aplicativo ou site “Meu INSS”. Basta acessar o app ou o site “Meu INSS”, fazer o login com CPF e a senha do Gov.br. Em seguida basta clicar em "Extrato de benefício", e em seguida, clicar sobre o número do benefício. Na tela seguinte irá aparecer o extrato. Basta, então, verificar descontos de mensalidades associativas.

O aposentado ou pensionista que não reconhecer um desconto em seu benefício pode requerer o serviço "excluir mensalidade associativa". O beneficiário ainda tem a opção de entrar em contato com a associação para registrar uma reclamação e solicitar o estorno das contribuições realizadas de forma indevida. Para o ressarcimento, o aposentado ou pensionista pode ligar para o telefone 0800 da entidade, cujo número aparece no holerite. O segurado pode enviar também um e-mail para: acordo.mensalidade@inss.gov.br, informando o ocorrido.

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